quarta-feira, 19 de maio de 2010

Dia escuro na Nova Inglaterra

Duvidosa Rainha de Copas

Levantei e sai Rainha. Pus na bolsa minhas roupas, minhas coisas, uma serie de catrevagens que nunca fiz questão de ter. Depois de tudo acomodado procurei um espaço para por meu amor.

Qualquer espaço mínimo caberia naquele momento. Não te certificando de meu amor ser pequeno. Mas sim, por ele (pobre coitado) já ter sido tão pisado, açoitado, duvidado, diminuído, inibido, ridicularizado poderia muito bem ser bem dobrado a apertado num lugar qualquer que talvez nem se incomodasse.

Não achei espaço por entre meus pertences. Então fiz o que você não queria e eu temia, o coloquei de volta no meu coração. Senti ele quente e pulsante nas minhas veias. Corria para lá e para cá, como que nunca tivesse sofrido nem um tropeço. Logo pensei: "Que Amor forte!". Estava então bem acomodado.

Então parti Rainha. Voltei para o mundo, para a vida. Levei de você apenas o amor que sinto, uma saudade e uma incrível vontade ficar.

Sai de cabeça baixa. Numa espécie de lamento silencioso, de choro interno. Dei cada passo assim, sem querer dar o seguinte. Tirei força de onde acreditava não mais haver e fui.

Nisso tudo Rainha, quero que saiba que não coube nas minhas malas nenhum tipo de rancor, raiva, decepção. Nada de mal teve espaço. Era tudo tão pesado que resolvi não levar.

Na memória foram mais os momentos bons. Só o fato de não ter sido aceito na sua corte foi que ainda me acompanhou como um cãozinho perdido. Por mais que o espantasse ele voltava no meu rastro.

Parti cheio de certezas Rainha, (as duvidas são suas). Amo, me sinto feliz, capaz de enfrentar tudo sem fraquejar. Tudo isso para você, por você. Pena por você não mais me querer, não mais me amar. Pena que eu não seja aceito em sua corte. Pena que a minha corte perderá o brilho de ter. Pena que você não me ame.

Agora já começo a dar meus primeiros passos com coragem.

Adeus Rainha. Gostaria que na verdade fosse um até breve

Num lamento,

Rei de Espadas