domingo, 22 de novembro de 2009

Ontem a noite

Inconveniente Rainha de Copas


È mesmo muito fácil para você me enviar uma mensagem no meio da madrugada para acabar com minha noite de sábado. Não acredito que você não tenha ciência do que já me fez para querer fazer ainda mais.

Desde sua despedida, Rainha, eu não amo, não me apaixono. Fico buscando um sentimento a cada esquina e nunca encontro. Não por falta de quem dedique, mas por falta de fazê-lo brotar em mim. Você não sabe o que é todo esse tempo de abraços sem calor, beijos sem sabor e sexo sem prazer.

Não sei onde estava seu Valete na hora, mas acredito que ele te deixou só. Por isso você achou que eu estaria lá para quando você quisesse. Pois errou! Desta vez você não conseguiu o que queria, Rainha. Não me afastou da minha busca por diversões de momento. Detive-me a todas as efemeridades do momento.

Nem li sua mensagem. Pedi para uma Ás de Copas, amiga minha, ler e apagar aquele arauto do inferno. Pedi para ler na intenção de que alguém saiba que aquilo existiu e apaguei para continuar não sabendo nada de você.

É no conhecimento que esta o sofrimento. Se não recebo noticias suas, se não te vejo, você se torna apenas uma lembrança. Lembranças até podem machucar, mas não ferem e podem ser facilmente manipuladas. Prefiro mil vezes sofre a angustia da curiosidade em saber o que você escrever a angustia da duvida de saber porque você escreveu, quais seus motivos e sofrer com uma esperança que não existe.

Assim eu vou seguindo em frente no mais próximo do normal. Peço a você, Rainha, pelo mínimo de dignidade que resta entre nos: NÃO REPITA ISSO.


Solicitamente


Rei de Espadas


P.S.: O que merda você fez no seu cabelo?

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Na ampulheta: 21:42

Graciosa Rainha de Copas


Ah Rainha! Quanto tempo não tenho noticias suas. Chego até a sentir falta... Mentira! Estou bem aliviado. Não saber de você me deixa mais calmo. Enterra mais fundo uma parte significativa dos meus fantasmas.

Lembro de você cada vez menos. Hoje vossa realeza (sarcasmos) é mais uma citação do que uma lembrança. Mais um relacionamento passado do que um amor perdido. A maioria das nossas historias viraram piadas ou situações embaraçosas para outros sorrir. Ontem você foi lagrimas, hoje você é graça.

Outro dia, meio a amigos, contei sobre umas de nossas primeiras viagens juntos. Quando sua irmã, ainda uma Dois de Copas, fez todo o caminho de volta pedindo frutas. Isso já foi uma memória desagradável, hoje, com alguns artifícios de retórica e um pouco de eloqüência, é garantia de risos.Algumas outras bem piores rendem risadas intensas a mesma proporção dos sofrimentos do passado.

Então é isso que você é atualmente, rainha, uma memória. Na maioria das vezes casual e em outras poucas um conto de humor, não importando se for por embaraço ou humor negro. Outras raras, mas bem raras, você é memória de uma lição na vida. De uma vida que eu não quero mais repetir.

Lembro de te ouvir se acusar de superar os bons momentos com os ruins, eu aprendi a escantear ambos quando se faz necessário. Assim, hoje você não passa de um anteontem. Amanha será pré-história, apenas fatos dedutíveis por vestígios. Sem escritos, testemunhas ou provas.


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Rei de Espadas