sábado, 27 de junho de 2009

Daqui a 4 séculos

Graciosa Rainha de Copas


Novamente terei que atravessar as serras estrangeiras Rainha. Na verdade tenho feito muito essa travessia nos últimos séculos. Virou algo opcional já. Vou em busca de varias coisas: emoção, amor, disputas, paixão, devaneios, efemeridades...

Apesar de sempre conseguir o que fui buscar, todas as vezes foram uma aventura. Aquele meu velho medo de cruzar as serras continua, não passou. Lembra as vezes que passamos juntos por elas? Você segurava minha mão, eu respirava fundo e fazia alguma piada sobre os túneis fingindo que nada acontecia. Só você sabia o quanto eu esteja com medo, só sua mão sentia minha tensão naquele momento. Isso era suficiente para que o medo não fosse tão externo.

Tive que aprender outras formas de esconder meu medo Rainha. Conformei-me que ele não iria embora e resolvi apenas não mostra-lo aos outros. Para tal sai inventando todo tipo de passatempo para aqueles malditos segundos que passo entre aqueles túneis. Tento dormir, leio, converso com qualquer um que esteja ao meu lado, bebo. Qualquer coisa ficou valida para compensar sua ausência durante meus momentos quase inexistentes de medo.

Hoje lembro com graça dessas situações Rainha. Eu, um rei ainda mais de espadas, com medo de cruzar uns montinhos. Ao menos nunca fui de me render, muito menos aos medos e a cada oportunidade que eu tinha de encara-lo eu o fazia com mais vontade. Nas primeiras vezes você fez muita falta, depois passou a ser um desafio não só a mim, mas a dependência de você. Como um bom guerreiro eu venci todas as batalhas e batalhas sem tensão não é batalha.

Hoje eu olharei meu medo de frente novamente Rainha. Olharei bem nos olhos dele, como fazia quando queria me ver nos seus olhos. Não lembrarei de você. Erguerei a cabeça e lutarei, sempre luto. Como premio receberei as dádivas da alegria do pos serra. Ficarei feliz, apaixonado e terei todo tipo de emoção que só poderia receber depois de uma grande batalha. Não precisarem de você e nem terei lembranças suas. Comemorarei como o herói que sou. Serei um rei, não terei uma rainha é verdade, mas não me faltará companhia. Vencerei mais uma batalha Rainha. Vencerei sem você.


Sempre pronto a guerra


Rei de Espadas

terça-feira, 16 de junho de 2009

50 centavos de minuto

Paciente Rainha


Ah Rainha! Ando tão só ultimamente. Não só, sem ninguém. Só comigo mesmo. Sabe aquele banzo que me batia às vezes? Aqueles momentos em que nada me satisfazia, tudo era chato? Pois estou assim novamente.

Lembro que você detestava isso, mas tinha suas maneiras bem sutis de reverter esse processo. Você sempre teve o dom de me deixar a vontade com as coisas. Eu sempre com esse modo “de espadas” de ser e você me encobria com seu ar “de copas”. Dessa maneira tudo ficava mais suave, menos tenso, mais colorido. Que poder é esse, Rainha que você tinha sobre mim? Por que não encontro mais ninguém que me faça isso?

Encontrei pessoas que suportavam o peso das minhas lamentações, outros que me traziam alegria, satisfação, tranqüilidade, um sorriso... No entanto, nunca mais apareceu ninguém que conseguisse fazer tudo isso junto e de forma tão sutil como você.

Quanta saudade, não de você mais do que você me causava... Quanta saudade Rainha, do toque da sua majestade.


Melancolicamente


Rei de Espadas

quarta-feira, 10 de junho de 2009

12

Enxerida Rainha de Copas


Esta chegando o dia dos namorados Rainha, não que esteja dando a mínima (como nunca dei mesmo) apenas lembrei como reagíamos a essas datas comemorativas. Você ficava eufórica e eu nervoso. Você queria sempre que eu te fizesse uma surpresa, te presenteasse com algo original. Já eu ficava louco sem saber o que fazer, o que comprar. Acabava te perguntando o que você queria ganhar. Você no começo relutava a dizer, fazia manha e tentava me obrigar a pensar em algo. Com o passar do tempo e a data em questão se aproximando você acabava me dizendo para comprar isso ou aquilo uma semana antes da data, depois encontrava outra coisa faltando uns dois dias e possivelmente mais alguma no dia. Nisso eu era obrigado a comprar de dois a três presentes em cada data para compensar minha inabilidade e criatividade para te causar uma surpresa.

No entanto, eu, várias vezes independente de data, lhe fazia uma surpresa. Via algo na rua que sabia que você ia gostar e levava para você. Sempre que algo me lembrava você, se eu sabia que você ia gostar ou que você já tivesse comentado cruzava meu caminho eu fazia questão de lhe levar. Você fazia uma cara maravilhosa Rainha. Um sorriso que me valia qualquer esforço. Carinhos que me deixavam aéreo. Dengos e beijos que com certeza não esqueço.

Já você acertava sempre. Sabia o que eu gostava e o que eu precisava. Por mais que eu não gostasse do presente ele teria utilidade marcante no meu dia-a-dia.

Não me livrei dos seus presentes quando você se foi. Ainda mora no meu quarto um gnomo zombeteiro que me olha com uma cara cínica, me dizendo que já te tive, mas te perdi. Maldito gnomo! Pior que não consigo me livrar dele. Espero que alguns presentes meus ainda ornem seus aposentos.

Pois bem, para mim as coisas não mudaram muito. Acho que só a intensidade mudou. Algumas coisas para mais outras para menos. E vem chegando ai mais um dia dos namorados... e o jogo vai ser outro...


Somente


Rei de Espadas

terça-feira, 2 de junho de 2009

Pós crise da era mesozóica

Pedante Rainha de Copas


Acho que você não anda entendendo minhas cartas Rainha. Lhe percebi muito envaidecida com elas por esses dias. Envaidecida ao ponto de ligar pensando que tudo estava certo. Isso devia passar longe do seu pensamento Rainha. Bem longe.

Gostaria de lhe lembrar que essas cartas não são para você diretamente e que eu nunca cheguei a envia-las. Se não foram enviadas, você nunca recebeu. Então porque vossa majestade dar-se a tamanho atrevimento para comigo. Não somos íntimos para me ligar em horário tão inconveniente e como passo meus dias ou gasto meu tempo não lhe condiz.

Grosso sim Rainha! A níveis estúpidos e com devido merecimento a cada tom acrescido na minha voz. Aproveitei para descontar alguns momentos

que não pude responder. Como as invasões a minha pagina na internet, as indiretas aos meus amigos, os conluios com minha mãe...

Sua vida deixou de me interessar a muito Rainha, você devia perder o interesse na minha também. Cuide melhor do seu tempo, do seu Valete de Paus que eu to fazendo a minha parte. Meu tempo esta sendo absorvido pela intensidade e a cada dia a nova carta que lhe falei se firma como nova Rainha do meu baralho.

Espero ter sido bem compreendido e que você entenda que isso é o melhor para nos dois.


Decididamente,


Rei de Espadas.