quinta-feira, 30 de abril de 2009

Relógio atrasado 3 dias e meio

Doce Rainha de Copas


Antes de qualquer coisa me deixe lembra-la que próximo do fim de nosso relacionamento eu tomei abuso de doce. Dito isso vem agora o que realmente desejo passar.

Encontrei com aquele Rei de Ouros que namora aquele Dez de Paus que você diz que é sua prima. Não consigo deixar de fazer uma observação sobre os Dez:


- São todos cartas que se acham as maiores do baralho e você acaba acreditando que são mesmo. A visão de um dez na sua mão lhe faz pensar que se tem uma rodada fácil a frente. Ate o momento que realmente se precisa dele e a situação lhe faz lembrar que ainda existem 3 cartas mais fortes no baralho. Tenha sempre cautela com os dez.


Voltando a meu encontro repentino...

Parei para conversar como o Rei de Ouros. Gosto dele, é um bom rapaz. Ingênuo, mas um bom rapaz. Veio tentar me dar noticias suas e eu dispensei. Veio me consolar de ter lhe perdido e eu dispensei. Contei como estava minha vida hoje em dia. Ele comentou, me apoiou. Nada muito inteligente, mas muito bem intencionado. Foi bom no geral.

Depois ele falou da vida dele. Principalmente da vida dele com o Dez, como ele tinha o pé atrás com ela. Não consegui guardar minha opinião. Falei que ele estava mais do que certo em não dar plena confiança a ela. Abro o jogo sobre o envolvimento que ela teve com o Sete de Espadas amigo meu, falei quase tudo.

No geral foi um apoio mutuo. Se tivesse acontecido a umas décadas atrás a conversa teria sido em um cabaret cheio de “moças”. As palavras embebidas no álcool e uma trilha sonora bem boemia.

Novamente perco tempo lhe dando essas informações. Boa parte você já sabe. Sei que meu companheiro de “dor de cotovelo” contou quase tudo ao Dez dele e o Dez lhe contou. Sei disso pela mensagem que recebi de no dia seguinte. As palavras com um grau de intimidade que a muito não lhe permito, me pareceram um tanto desaforadas. Novas águas que acredito já terem chegado ao mar.

Espero que eles ainda estejam juntos. O Rei de Ouros e o Dez de Paus. Tomara que ela tenha oportunidade de dar devido valor a ele. É horrível ver outras pessoas cometerem o mesmo erro que você.

Não lhe desejo boas recordações, mas bons esquecimentos.


Nostalgicamente,


Rei de Espadas

Passadas 11 semanas a frente

Distante Rainha de Copas


Recebi noticias suas a poucos dias. Digo que recebi porque não pedi, elas me foram dadas, por mais de uma pessoa por sinal, de uma forma bem aleatória. Não eram das melhores. Bem, não eram das melhores para você na verdade, para mim eram bem boas. Sendo sincero, me regojizo um pouco com certos pesares da sua nova vida. Só aquele brilho de Antares que a maioria tem no coração. Sei que isso não é uma coisa boa de sentir, mas eu sou humano e acho que ter ciência do erro já é um bom passo. Fora isso, senti um pouco de pena.

Deu-me vontade de entrar em contato oferecendo apoio, mas a vontade passou rápido. Mais rápido que veio ela se foi. Mesmo assim lhe envio meus desejos de melhores momentos. Envio também meus desejos de bem melhores momentos se estivermos lado a lado. Não posso esquecer de também lhe enviar aquele velho: “Eu não te avisei!”.

Pior, pois, que avisei mesmo lembra? Eu disse que agente cansa depressa dessa vida que estavam lhe oferecendo. Eu dizia por experiência própria, porque decidi me manter com você para deixar esse tipo de vida. Lembro de mostrar-lhe que aquele Valete de Paus era só um valete e ainda mais de paus. Não suficiente com isso ele ainda tinha um Dois de Paus preso aos fundilhos, oriundo de um Oito de Ouros com o qual se envolveu no passado. Os dois já não são muitos úteis e ainda mais de paus, só trazem empecilhos.

Antes mesmo das noticias chegarem já havia percebido algo do tipo em você, nas vezes em que recebi suas ligações. A voz murcha achei que era por pena de mim, mas como alguém que escolhe estar tão badalada, estava só no domingo ao fim da tarde? Tão só a ponto de mendigar atenção de quem ela mesma distanciou. Aquele papo de enviar os espórios de minha estada na sua vida pelos correios não colou bem. Fiquei com pena eu na verdade. Mas quem eu devia culpar? O Dois ou o Valete? Nenhum! A culpa era somente sua, que escolheu isso para si, cara Rainha. Assim como assumi minhas culpas por não estarmos mais juntos, assuma as suas por sua vida não esta do seu agrado.

Tirando isso, que na verdade nem me cabe falar, soube dos lugares “bem conceituados” que você tem andado. Se bem que isso também não me cabe falar. Mas como já comecei mesmo vou falar.

Acreditava muito no seu bom gosto... Quanta decepção! Começo a acreditar que era só meu gosto e atendimentos implícitos do meu gosto e você só acompanhava. Se era mesmo, porque nunca falava? Ate as vezes dava a idéia. Eu ate poderia relutar de ir a certos lugares, mas a alguns você conseguia me convencer. Ainda me lembro daquela casa cheia de cartas do mesmo naipe “brincando” juntas. Como eu estava bravo de estar ali, mesmo sendo com você. Era nossa primeira vez naquele tipo de lugar e não me senti nem um pouco a vontade.

Águas passadas! Pensando melhor os lugares de suas preferências também não são de minha valia. Não mais.

Fico na espera de não receber novas noticias suas, mas se elas vierem que sejam mais animadoras que as ultimas. Ao menos animadoras para de nos, que agradar os dois nos últimos tempos anda muito difícil.


Com dó


Rei de Espadas

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Daqui a 47 minutos

Ex-minha Rainha de Copas


Sonhei com você esta noite. Não foi a primeira vez. Acho também que não será a ultima. Acordei como quando agente acorda de um sonho profético. Faz de conta que todo mundo sabe como é acordar de um sonho profético. Acordei confuso sem entender nada, como se tivesse assistido a um filme em outra língua e com as faixas na ordem errada. Não é uma sensação das melhores garanto. Depois de acordar e descobrir onde estavam meu relógio e depois meus pés, tentei pensar no que tinha sonhado.

No sonho agente tinha voltado, estávamos deitados na cama de solteiro do meu quarto e conversávamos olhando sempre para cima, nunca um para o outro. Colocamos os pingos nos “is” e depois eu fui te deixar na parada de ônibus como fazíamos no começo do namoro, ou porque estava tarde ou porque alguém estava para chegar em casa. Só que eu não lembro da conversa em si, mas sei do que se tratava. Um monte de porquês de ambos os lados.

Você continuava linda e eu me sentia tão grande. Você estava com aquela calça que eu quebrei o botão uma vez lembra? Aquela que agente abusava que depois virou corsário e depois virou bermuda. Sempre achei que ela ficava ótima em você. Deixava seu quadril bem desenhado e me ascendia certas libidos.

Analisando o sonho não o achei nada profético. Só a sensação ao acordar. Apesar dos pesares meu interesse de que ele aconteça tende ao zero. Não tenho motivos para mentir mais para você não é? Não tenho vontade de um retorno nosso. Não agora. É como minha vontade de não ter filhos, eterna até que a vida mude todos meus pensamentos. Então agora não quero filhos, nem quero você. Não agora. Também não quero mais um monte de coisas e quero outro monte. Há cara Rainha como queria não queria ter tudo que quero e não ter o que não quero.

Não lembrei mais do sonho no resto do dia, vida um tanto agitada sabe? Só lembrei no fim do dia e achei que você deveria saber dele. Se você tiver perdido seu tempo lendo essas coisas, agora já sabe. Acho mesmo uma perda de tempo você para ler algo tão sem significado, mas cada um sabe no que gasta seu tempo. Eu mesmo gastei o meu escrevendo isso.


Esperando novas perdas de tempo,

Talvez algum dia seu


Rei de Espadas

A cinco séculos e meio atrás.

Querida Rainha de Copas,


Quantas vezes imaginei as “discussões de relação” que nunca tivemos. Ao menos não no fim de tudo. Nelas você sempre agia da mesma forma, altiva e silenciosa. Bem sei que você raras vezes foi qualquer uma das duas e nunca foi as duas ao mesmo tempo. Eu que sai mudando meu tom nas conversas com o passar do tempo. Fui de derrotado a conformado, passando pelo vingativo, orgulhoso, indiferente, desdenhoso, injustiçado, compreensivo, franco, revoltado... Coisas que também não fui na parte de nossa convivência, excluindo os extremos, claro. Por isso os considero os mais reais. Perdi e me conformei.

Já você saiu morrendo em mim nesse intervalo. Aos poucos. Algumas vezes achei lento ate demais. Pra piorar você vez ou outra renascia numa musica, um filme, um lugar, ate mesmo em certas brisas. No começo isso doía, doía muito, depois passou a doer menos. Virou uma dor cansada de tanto doer, tão cansada que já nem doía mais. Depois deixou de ser dor e virou lembrança doída que acabou se tornando uma lembrança confusa.

Como esquecer de verdade nunca aprendi. Tentei, mas não tive muito sucesso. Percebi que tentei esquecer quando devia na verdade tentar conseguir esquecer. Percebi então que era um trabalho inútil quando senti conforto em algo que li na internet: “o amor verdadeiro nunca se esgota, apenas insensibiliza”. Conselhos amigos me fizeram questionar se era mesmo um amor verdadeiro o que eu sentia.

Quebrando paradigmas, explicando paradoxos e resolvendo equações cheguei a uma conclusão afirmativa divida por dois e elevada ao quadrado. Isso mesmo minha resposta foi um (sim/2)². Acho que você lembra que nunca fui muito chegado num talvez. Independente de quão estranho a resposta pareça ela ainda é um sim. Ao menos da minha parte, eu vivi sim um verdadeiro amor. Demorei a compreendê-lo é verdade.

Obedecendo a lei amorifica de PR, o meu amor por você foi insensibilizando. Entrou em estado de hibernação, quase um topor. Vez ou outra ele acordava, foi ficando cada vez mais preguiçoso e foi acordando cada vez menos.

Não sei explicar o que você é para mim hoje. Que é um amor verdadeiro insensibilizado eu tenho certeza. Fora isso eu não sei. Passei por você a pouco tempo e você não me viu (ou fingiu que não viu). Foi como passar por um colega do ensino infantil. Você sabe quem é, mas fica na duvida se deve falar, sobre o que falar, como falar e acaba não falando. Na intenção de evitar situações acabei apenas passando e me esforcei para que meu dia passasse da forma mais normal possível. Isso eu consegui. Soube depois que você me viu em festas extravasando minha alegria. Percebi que você andou visitando minha pagina na internet. Não me esforcei em pensar num porque ou como você se sentiu.

Hoje vivo minha vida sem a sua. Quando quero alguns pedacinhos da nossa, primeiro para a minha e assim eu sigo em frente. Correndo quando dá, andando quando dá e voando quando dá.quando não dá eu sento tomo fôlego e faço dar. Eu que nunca fui muito de planejar estou vivendo o que não planejei, do modo que não planejei, com pessoas que não planejei e que me trazem a alegria da constante novidade. As vezes me sento sozinho, mas so as vezes.

Por hora as coisas vão caminhando bem, fico na expectativa de não receber respostas suas.


Com amor insensível,


Rei de Espadas.