Distante Rainha de Copas
Recebi noticias suas a poucos dias. Digo que recebi porque não pedi, elas me foram dadas, por mais de uma pessoa por sinal, de uma forma bem aleatória. Não eram das melhores. Bem, não eram das melhores para você na verdade, para mim eram bem boas. Sendo sincero, me regojizo um pouco com certos pesares da sua nova vida. Só aquele brilho de Antares que a maioria tem no coração. Sei que isso não é uma coisa boa de sentir, mas eu sou humano e acho que ter ciência do erro já é um bom passo. Fora isso, senti um pouco de pena.
Deu-me vontade de entrar em contato oferecendo apoio, mas a vontade passou rápido. Mais rápido que veio ela se foi. Mesmo assim lhe envio meus desejos de melhores momentos. Envio também meus desejos de bem melhores momentos se estivermos lado a lado. Não posso esquecer de também lhe enviar aquele velho: “Eu não te avisei!”.
Pior, pois, que avisei mesmo lembra? Eu disse que agente cansa depressa dessa vida que estavam lhe oferecendo. Eu dizia por experiência própria, porque decidi me manter com você para deixar esse tipo de vida. Lembro de mostrar-lhe que aquele Valete de Paus era só um valete e ainda mais de paus. Não suficiente com isso ele ainda tinha um Dois de Paus preso aos fundilhos, oriundo de um Oito de Ouros com o qual se envolveu no passado. Os dois já não são muitos úteis e ainda mais de paus, só trazem empecilhos.
Antes mesmo das noticias chegarem já havia percebido algo do tipo em você, nas vezes em que recebi suas ligações. A voz murcha achei que era por pena de mim, mas como alguém que escolhe estar tão badalada, estava só no domingo ao fim da tarde? Tão só a ponto de mendigar atenção de quem ela mesma distanciou. Aquele papo de enviar os espórios de minha estada na sua vida pelos correios não colou bem. Fiquei com pena eu na verdade. Mas quem eu devia culpar? O Dois ou o Valete? Nenhum! A culpa era somente sua, que escolheu isso para si, cara Rainha. Assim como assumi minhas culpas por não estarmos mais juntos, assuma as suas por sua vida não esta do seu agrado.
Tirando isso, que na verdade nem me cabe falar, soube dos lugares “bem conceituados” que você tem andado. Se bem que isso também não me cabe falar. Mas como já comecei mesmo vou falar.
Acreditava muito no seu bom gosto... Quanta decepção! Começo a acreditar que era só meu gosto e atendimentos implícitos do meu gosto e você só acompanhava. Se era mesmo, porque nunca falava? Ate as vezes dava a idéia. Eu ate poderia relutar de ir a certos lugares, mas a alguns você conseguia me convencer. Ainda me lembro daquela casa cheia de cartas do mesmo naipe “brincando” juntas. Como eu estava bravo de estar ali, mesmo sendo com você. Era nossa primeira vez naquele tipo de lugar e não me senti nem um pouco a vontade.
Águas passadas! Pensando melhor os lugares de suas preferências também não são de minha valia. Não mais.
Fico na espera de não receber novas noticias suas, mas se elas vierem que sejam mais animadoras que as ultimas. Ao menos animadoras para de nos, que agradar os dois nos últimos tempos anda muito difícil.
Com dó
Rei de Espadas
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