terça-feira, 19 de maio de 2009

Dentro de poucos séculos

Rainha de Copas


A cada dia me reinvento nessa nova vida sem você. Não só pela necessidade de reinvenção que os astros me impuseram, mas por necessidade de viver.

Reaprendi a viver! Tive de reaprender na verdade. Depois de tantos segundos vivendo algo que não sei se era nossa ou sua vida e tantos milênios vivendo nossa vida sozinho, senti necessidade de viver a minha vida. Para isso, tive que aprender a vivê-la.

Foi difícil no começo. Todo começo é difícil! Entrei em jogos errados, mãos ruins, fui mal usado em batalhas, mas tudo isso fez parte do meu aprendizado. Bom não foi, porem foi instrutivo, me fez crescer.

Descobri que não podia refazer tudo do zero, tinha que transformar o que já possuía (o que era quase zero na verdade). O que começou devagar, num engatinhar se tornou um vôo rapidamente.

A cada dia as coisas eram outras. Possas de lagrimas viraram piscinas de lazer. Abraços de solidariedade se tornaram abraços de satisfação. As farras para esquecer passaram a ser farras para comemorar.

Não imaginava ser tão forte, tão capaz de mudar. Claro que tive ajuda. Acaso você já viu algum jogo de uma carta só? Amigos antigos me apoiaram, novos apareceram e todos me levando a mais alem. No entanto, nada teria acontecido sem um empenho pessoal sobrenatural que nem eu sabia que existia em mim.

A maior conquista, a maior mudança até o momento aconteceu a pouco tempo. Transformei a corda bamba que fiquei quando você me deixou, em uma corda para me pendurar no espaço. Vi-me livre, perto do infinito, sobre o abismo, banhado pela serenidade e preso a liberdade, respirei o ar puro do ser eu. Tudo isso estando preso apenas às obrigações de ser feliz, de ser intenso.

Esta sendo maravilhoso Rainha. Claro que se pudesse escolher não passaria por nada disso e estaríamos ainda lado a lado. Como não posso, mesmo se quisesse, não poderia estar melhor. Acho que não trocaria todo isso por nada. Nada mesmo, nem por você. É notório que essa afirmação é duvidosa, mas a cada momento ela se mostra mais sólida.

Estou V-I-V-E-N-D-O Rainha e espero que você também esteja, mas não faço questão que você me informe e nem que seja informada de mim.


Livremente,


Rei de Espadas

Um comentário:

Patrícia disse...

A verdade é que nascemos pra ser livre! Por mais prazeres que temporariamente uma relação nos permita, nossa essência se ser livre não pode ser perdida! Pq um dia, tudo acaba... de uma maneira ou outra acaba,seja por um rompimento, seja por uma fatalidade, seja por qualquer coisa! Mas se ainda existimos, temos q seguir o caminho, indo pra frente, com os proprios pés! Livres!